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Os 10 Melhores Poemas de Fernando Pessoa 🧐📜

Os poemas de Fernando Pessoa estão listadas abaixo e você pode ler, logo adiante, uma breve introdução sobre o escritor, caso esteja com curiosidade.

  1. Presságio
  2. Autopsicografia
  3. Assim, sem nada feito e o por fazer
  4. Em Busca da Beleza
  5. Entre o sono e o sonho,
  6. Contemplo o lago mudo
  7. Fresta
  8. Não digas nada!
  9. Cansa sentir quando se pensa
  10. Não sei quantas almas tenho

As poesias de Fernando Pessoa são conhecidos pelo lirismo e subjetividade que carregam em si. E também por abordarem temas como a identidade, o existencialismo e sua terra natal, Portugal.

Mas seu maior diferencial foi a exploração do recurso da heteronímia. No qual o autor assinava seus poemas por diferentes nomes, os quais apresentavam personalidades próprias e distintas entre si.

Leia uma ótima seleção de poemas de Fernando Pessoa sobre a vida e diversos temas! Cative-se!

Leia os Poemas de Fernando Pessoa

1. Presságio

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

Poesia de Fernando Pessoa Presságio
Primeiros versos de “Presságio”, uma das poesias de Fernando Pessoa. Sobreposto a uma montanha pincelada pelos tons rosados de um pôr-do-sol de céu limpo e com um belo degradê, que vai do roxo, ao alaranjado e enfim, ao roseado.

2. Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Poema de Fernando Pessoa Autopsicografia
Primeira estrofe de “Autopsicografia”, um poema de Fernando Pessoa. Sobreposto a uma planície ao entardecer de um céu aberto, palco de um festival de cativantes tons alaranjados, amarelos, rosas e roxos.

3. Assim, sem nada feito e o por fazer

Assim, sem nada feito e o por fazer
Mal pensado, ou sonhado sem pensar,
Vejo os meus dias nulos decorrer,
E o cansaço de nada me aumentar.

Perdura, sim, como uma mocidade
Que a si mesma se sobrevive, a esperança,
Mas a mesma esperança o tédio invade,
E a mesma falsa mocidade cansa.

Tênue passar das horas sem proveito,
Leve correr dos dias sem ação,
Como a quem com saúde jaz no leito
Ou quem sempre se atrasa sem razão.

Vadio sem andar, meu ser inerte
Contempla-me, que esqueço de querer,
E a tarde exterior seu tédio verte.
Sobre quem nada fez e nada quere.

Inútil vida, posta a um canto e ida
Sem que alguém nela fosse, nau sem mar,
Obra solentemente por ser lida,
Ah, deixem-se sonhar sem esperar!

Poesia de Fernando Pessoa, Assim, sem nada feito e o por fazer
Primeira estrofe de “Assim, sem nada feito e o por fazer”, uma das poesias de Fernando Pessoa. Sobreposto a um céu roxo e estrelado, iluminado por um feixe de luz lilás de um farol.

4. Em Busca da Beleza

Soam vãos, dolorido epicurista,
Os versos teus, que a minha dor despreza;
Já tive a alma sem descrença presa
Desse teu sonho, que perturba a vista.

Da Perfeição segui em vã conquista,
Mas vi depressa, já sem a alma acesa,
Que a própria idéia em nós dessa beleza
Um infinito de nós mesmos dista.

Nem à nossa alma definir podemos
A Perfeição em cuja estrada a vida,
Achando-a intérmina, a chorar perdemos.

O mar tem fim, o céu talvez o tenha,
Mas não a ânsia da Coisa indefinida
Que o ser indefinida faz tamanha.

Poema de Fernando Pessoa Em busca da beleza
Primeira estrofe de “Em busca da beleza”, um poema de Fernando Pessoa. Sobreposto a um céu agraciado pela Aurora Boreal e suas pinceladas de tons esverdeados e verdes-água sobre um céu azul e estrelado a cima de um terreno coberto por neve e gelo.

5. Entre o sono e o sonho,

Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.

Poema de Fernando Pessoa Entre o sono e o sonho
Estrofe final de “Entre o sono e o sonho”, de autoria de Fernando Pessoa, um poema com versos bonitos e rimados. Sobreposto à perspectiva de uma ave que voa em grande altura e que observa um rio verde-água, cortando uma planície verde-musgo em um movimento sinuoso, por entre o transpassar das nuvens.

6. Contemplo o lago mudo

Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?

Poema de Fernando Pessoa Contemplo o lago mudo
Versos finais de “Contemplo o lago mudo”, um poema curto de Fernando Pessoa. Sobreposto a uma árvore totalmente desnuda de folhas em um clima de inverno, envolto em uma névoa que encobre parte dos galhos finos e esparsos, bem como algumas árvores ao fundo.

7. Fresta

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

Poesia curta com versos que rimam Fresta
Primeiros versos de “Fresta”, uma poesia curta de Fernando Pessoa. Sobreposto a uma floresta azulada, com troncos e galhos marrons e pretos, despidos de verde e uma breve névoa ao solo.

8. Não digas nada!

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada…
Mas ali fui feliz
Não digas nada.

Poesia de Fernando Pessoa com versos que rimam Não digas nada
Primeiros quatro versos da segunda estrofe de “Não digas nada!”, uma poesia de Fernando Pessoa. Sobreposto a um horizonte de um forte laranja que corta dois infinitos que espelham a si em um looping eterno de tempestade de tonss cinzas-claro, azulados e alaranjados.

9. Cansa Sentir Quando se Pensa

Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.

Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.

Tudo isto me parece tudo.
E é uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio surdo
E não poder viver assim.

(Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo —
Ah, nada é isto, nada é assim!)

Poema com versos que rimam Cansa sentir quando se pensa
Primeira estrofe de “Cansa sentir, quando se pensa”, de autoria de Fernando Pessoa, um poema reflexivo. Sobreposto a uma nuvem em formato de nuvem ou o contrário, espelhada em um mar límpido, sob um anoitecer estrelado.

10. Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.

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Dúvidas Frequentes sobre os Poemas de Fernando Pessoa

Os melhores poemas de Fernando Pessoa são:

  • Presságio
  • Autopsicografia
  • Assim, sem nada feito e o por fazer
  • Em Busca da Beleza
  • Entre o sono e o sonho
  • Contemplo o lago mudo
  • Fresta
  • Não digas nada!
  • Cansa sentir quando se pensa
  • Não sei quantas almas tenho
  • Tabacaria
  • Aniversário
  • Poema em linha reta
  • Ode Marítima
  • O guardador de rebanhos

Os melhores poemas brasileiros são:

  • Canção do Exílio, de Gonçalves Dias
  • O Tempo, de Mário Quintana
  • Canção, Cecília Meireles
  • Memória, de Carlos Drummond de Andrade
  • Círculo Vicioso, Machado de Assis

O nome dos poemas mais famosos de Fernando Pessoa são:

  • Autopsicografia
  • Não sei quantas almas tenho
  • Poema em linha reta
  • Tabcaria
  • Presságio
  • Assim, sem nada feito e o por fazer
  • Isto
  • Cansa sentir quando se pensa
  • Aniversário
  • Ode Triunfal
  • O guardador de rebanhos

Os poemas mais famosos do mundo são:

  • No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade
  • Canção do Exílio, de Gonçalves Dias
  • Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes
  • Vou-me embora para Parságada, de Manuel Bandeira
  • Retrato, de Cecília Meireles

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